segunda-feira, 29 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

O auto-retrato, de Mário Quintana



No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ainda sobre Indignação


Gostei muito tb do final. Dá, de início, a impressão de que ele se cansou, mas não é bem isto mesmo. O fato do final ser rápido , onde as coisas mais são sugeridas que propriamente ditas, deixa-nos o trabalho de completar a narrativa, de interagir com a história imaginando todo o sofrimento que se abateu sobre a família.Ele só nos dá rápidos instantes mais fortes do sofrimento. Roth não duvida de seus leitores. Deixa-lhes sugestões como raios de indignação.

Muitas coisas nos são sugeridas sem serem ditas. Roth é um denunciador de problemas de relacionamento sob aparente águas tranüiilas.
Pergunto-me, por exemplo: O que terá havido de tão grave na vida de Olivia que a deixou naquele estado? Não simplesmente a separação dos pais.Por que terá havido a separação? Olivia não gosta de falar do pai. Coisa de que Marcus não se poupa em relembrar: um pai pelo qual ele tem tem carinho, um pai que adoece de amor e receios pelo destino pelo filho. Não sei bem porque mais minha intuição me diz que Olivia não suporta o pai, ou terá sido sugerido por Roth? A literatura nos proporciona isto : um mundo de sugestões, de dubiedades.
Enfim , muitos enfins ainda teremos, a indignação está ou é sugerida em vários momentos , camadas, desta fantástica história humana(ou desumana!).

Sobre Indignação


"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."Voltaire
Eloisa Helena para grupo-de-leitura.
13:15 (20 horas atrás)

O pensamento de Voltaire dá título ao e-mail.
Boa tarde, Clube!

Terminei o livro.Como sou e do jeito que sou, chorei... Estou solidária coma mãe do nosso grande herói. Já prevejo muitas discussões, como de hábito, sobre nossa leitura do mês . O livro tem mesmo o seu miolo na conversa do diretor com o jovem Marcus. E fica sempre na nossa consciência a pergunta : E se ..? Se não fosse isto e se fosse aquilo? Não temos o poder da decisão sobre o nosso futuro de forma plena. Muitas das decisões, a vida estabelece. Mas flexibilidade, compreensão, diálogo são importantes e devem ser estabelecidos em Educação, de todas as formas.
A condenação à guerra está clara no livro. Bestas! Estou indignada!
Muitas vezes, como Marcus, já me vi dizendo algo que depois me levava a pensar: Por que não fiquei calada? Mas uma outra força nos impulsiona a falar, a teimar: a indignação diante da injustiça, do descaramento, da prepotência.
Como Marcus, vamos xingando através de atos. F----se se faz! Poderia ter uma vida mais confortável, mais passeios, mais luxos... Mas o f----se , aconteceu muitas vezes!
Fica mais uma vez a pergunta: "Vence na vida quem diz sim?"

Quem apreciou o autor , pode ler Pastoral Americana, ganhou o prêmio Pulitzer, em 1997 (informe que conta na orelha do livro) Tenho este livro, já o li. Gostei muito!
--
Eloisa Helena
Escrito no dia, 14/11/2010. Recebeu pequenas alterações ao original com relação a algumas palavras abreviadas, pois não são de nosso hábito. ( Ah...Marcus, sou pior que você em certo sentido)e à pontuação. O texto acima aconteceu em referência ao romance Indignação, de Philip Roth.
Ainda acrescento, hoje, a pergunta para reflexão: O que é vencer na vida?
15/11/2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Para ficar nos anais...e não esquecer jamais!

"Por que , pelo contrário, eu estava em conflito com todo mundo? Começou em casa com meu pai, e daí por diante havia me seguido obstinadamente até aqui.Primeiro Flusser, depois Elwyn, agora Cawdell. E quem era o culpado, eles ou eu?" Em INDIGNAÇÃO, Philip Roth ,p. 88 Um livro que nos indigna e que deve ser proibido para menores de 30 anosrsrsrs Como diz a frase " Não confie em ninguém com mais de trinta anos" Não deve ser lido por umas tantas pessoas inflexíveis, pelos Caudwells da vida...(Elô)

E isso é para vocês aprenderem a " ler " pelos seus próprios olhos....também!kkkk

Este mês as d iscussões serão ou muito quentes ou nem haverá discussões!

Um leitora bastante independente... e injustiçada!kkkk